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quarta-feira, 31 de março de 2010

Utilizar ou não um caderno de calígrafia.

O caderno de caligrafia foi um método utilizado há muitos anos. Possivelmente, os pais dos alunos estranharam quando pedi-lhes que o comprassem. Porque eu estranhei-me. No ano de 2007 a diretora chamou-me para dizer-me que tinha percebido uma característica muito importante em uma professora; a minha preocupação com as aprendizagens dos alunos. Tinha uma terceira série na ocasião. Disse-me que tinha sido orientada pela Secretaria de Educação para buscar professoras destas características para alfabetização. Concordei e aceitei o desafio. Talvez, porque estivesse segura com a graduação que estava cursando. E recebi a turma de 1ª série. Percebi o quanto os alunos necessitavam do mínimo de aprendizagens. A Secretaria de Educação na época divulgou que os alunos teriam que aprender a letra cursiva. Olhei os cadernos. Não compreendia o que estava escrito em seus escritos e entrei em desespero. Pensava que eu era a culpada de ter aceito uma turma que não tinha capacidade de ensinar. Um ano para ensiná-los a ler, escrever, matemática, conteúdos de história, geografia e oriento até hoje aula de educação física. Era demais. Então, disse a diretora que precisa de ajuda e que a Secretaria de Educação estava oferecendo curso de alfabetização e conclui. Depois tive aulas sobre alfabetização e pesquisei na internet todos os métodos possíveis. Foi maravilhoso. Conclui que o professor (a) tem que ser pesquisador, provocador com seus alunos, angustiado e aceitar desafios para cada vez mais estimular-se.
No início a criança utiliza a letra bastão. Quando apresento a cursiva ela entra em desespero porque não consegue ler. Alguns alunos queixam-se que não conseguem escrever e a professora tem que ter muita tranquilidade para que o aluno se acalme. Porque os pais vem perguntar o porquê. E isto é muito bom! Percebi que a análise que a criança observa de diferença entre a forma de uma letra para a outra que é cursiva faz o aluno concentrar-se na atividade exercitando-se mentalmente. Se durante todo o ano o aluno (a) não consegue aprender a letra cursiva, como no caso da aluna com síndrome de Kabuk que tive que argumentar a seu favor após ver o seu laudo. Percebi que a professora (tradicional) que haveria de recebe-la no próximo ano não tinha conhecimento quanto como educar e aceitar as diferenças de uma aluna com essas características. Expliquei que a anomalia em suas mãos dificultava a escrita da letra cursiva. E no final a professora compreendeu porque também telefonei para o setor pedagógico da Secretaria de Educação e informaram-me que poderia utilizar a letra que ela conseguisse escrever e compreender.
Quanto ao caderno de caligrafia utilizo com os alunos até hoje. Refleti certo. O caderno tem que ser utilizado com muita calma desde o início do ano. Soube de casos que algumas professoras utilizaram só no final do ano (nos últimos meses) e não tem o mesmo resultado tranquilo. A experiência é muito gratificante as letrinhas ficam mais caprichadas e eles entendem e eu compreendo suas dificuldades para interpretar a melhor forma de ensiná-los. Graças a este método antigo e a coragem que tive para enfrentar algumas divergências que ajudaram-me a fazer algumas modificações na forma de utilização junto com os alunos. Atualmente, há grande aceitação dos pais e alunos. Hoje todos os alunos fazem o caderno de caligrafia.

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