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sábado, 24 de outubro de 2009

Atividades conforme estádio desenvolvimento operatório concreto


O adulto está inserido no mundo do trabalho e das relações interpessoais de um modo diferente daquele da criança e do adolescente. Traz consigo uma história mais longa (e provavelmente mais complexa) de experiências, conhecimentos acumulados e reflexões sobre o mundo externo, sobre si mesmo e sobre as outras pessoas. Com relação a inserção em situações de aprendizagem, essas peculiaridades da etapa de vida em que se encontra o adulto fazem com que ele traga consigo diferentes habilidades e dificuldades (em comparação com a criança) e, provavelmente, maior capacidade de reflexão sobre o conhecimento e sobre seus próprios processos de aprendizagem.
Set/Out/Nov/Dez 1999 N º 12

A turma é composta por 25 alunos com idades de 7 até 10 anos. Atualmente, encontram-se no estádio operatório concreto, neste período do segundo semestre do ano de 2009. O material concreto é utilizado desde o início do ano quando havia crianças com seis anos. Este estádio, nas palavras de Elkind (1978, p. 95), “[...] se caracteriza pela possibilidade da criança fazer com a cabeça o que antes tinha que fazer com as mãos”. O estádio anterior a que se refere é estádio pré-operatório (dos dois anos aos cinco/seis anos).
A atividade com material concreto de tampinhas é muito positiva para aprendizagens onde a criança constrói a unidade. Neste período os alunos já compreendem as relações funcionais. Observo que nas primeiras tentativas de incorporação do objeto (as tampinhas) para atender suas necessidades de aprendizagens no manuseio é normal cairem das mesas no chão e não dizem nada só juntam o objeto e não contam permanecendo sem exigências de mais ou menos. Quando conseguem assimilar os números com suas quantidades até nove, por exemplo, e eu digo: - Favor conferirem se todos têm nove tampinhas. Rapidamente, já conseguem dizer está faltando uma, duas ou eu não tenho nove! Cada aluno conta as tampinhas, assimilando a quantidade. Comparando a quantidade de tampinhas com outros objetos como palitos de pirulitos e lápis. E aqui já se percebe alguma reversibilidade no pensamento da criança. Conseguem pensar na quantidade sem utilizar o material concreto para as operações de adição, subtração identificando com suas realidades. Atualmente, a ordem das unidades, dezenas e centenas atingiu um equilíbrio apesar de passarem por vários desequilíbrios como dúvidas entre assimilação e equilibração. E nas histórias matemáticas a interpretação é feita por meio do desenho que eles constroem ao lerem. O objetivo é que interpretem com mais segurança facilitando o acerto das operações. O ensino-aprendizagem de um adulto não deve ser ministrado com atividades infantis conforme o parágrafo escrito no início do relato.

Referência:

Jovens e adultos, conhecimento, aprendizagem Autor: Marta Kohl de Oliveira

http://www.pead.faced.ufrgs.br/sites/publico/eixo6/psicologiaii/epistemologia_genetica_e_construcao_do_conhecimento.pdf

acesso dia 24/10/2009 às 22:30h

2 comentários:

Geny disse...

Querida aluna Rosali,

Com certeza que aprendizado de um adulto não deve ser ministrado com atividades infantis. A não observação por parte do professor é o resultado da evasão e do fracasso do EJA nas escolas. Que bom que você tem essa consciência.
Particularmente fico muito chateada quando presencio professores reclamando que não sabem como trabalhar com o EJA. Já tive experiências vou relatar um breve exemplo que já coloquei para outras colegas, na tentativa de dar a minha contribuição.
Em 2005 Trabalhei na supervisão do EJA onde tínhamos 04 turmas de alunos uma delas com 20 alunos no nível de 1º a 4ª série, uma professora, o que fizemos em primeiro lugar uma refeição reforçada, de trabalhador, (buscamos no comércio local os alimentos necessários), em segundo lugar organizamos duas oficinas de artesanato: uma de confecções de bijuterias para as mulheres e outra de trabalho em madeira para os homens. Os homens também se interessaram pelas as bijuterias, então as oficinas se tornaram comum entre ambos. Nas oficinas trabalhávamos três vezes por semana e para as horas de atividades de leituras e escrita... eram usadas as experiências por eles trabalhadas, junto com a professora se criava um texto coletivo e ... na matemática era cálculos usando as quatro operações e até porcentagem e por aí afora era um prazer se trabalhar com esses alunos e dos 20 alunos matriculados só uma aluna evadia por motivos de gravidez e já tinha outros filhos e não deu mais conta do recado. Na verdade temos que usar da criatividade e colocar professores que tenha sensibilidade para trabalhar com adultos. Acho que as instituições precisam de mais verbas para oferecer uma educação de qualidade. Assim como se encontra é só boa vontade e criatividade, por parte da equipe diretiva e professores...
Obrigada por suas postagens!
Um grande abraço,
Geny Schwartz da Silva
PEAD/FACED/UFRGS

ROSALI ATIVIDADES DO PEAD 2007 disse...

Olá Tutora e professora Geny,
que bom que relataste tuas experiências tão ricas de aprendizagens! És um exemplo de educadora a ser seguido.
Através da disciplina do EJA neste 7ºsemestre estamos fazendo pesquisa de campo nas escolas. Conforme a proposta as estrevistas são feitas com alunos e professores. Ao vivenciar esta experiência percebi ser importante porque não tinha o conhecimento real sobre a escola e os educadores do ensino do EJA. Na alfabetização por mais jovens que sejam os educadores (atualizados) não sabem responder as perguntas quanto a realidade de seus educandos. Percebi que é preciso estímulo tanto para professores como para educandos. Eu fiquei impressionada com relatos feitos pela professora que dizia que os alunos é que não querem aprender.
Um grande abraço♥